sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Remendos

Hoje eu andei de busão lotado... e todos parecem incomodados pelo aperto... mas esquecem rápido, imaginando que em breve possuirão carro ou moto, parecendo que o problema é passageiro, mesmo que para isso precisem da mega-sena, tele-sena...

Quantos não são os que vendem coisas adicionando o fator solidariedade dizendo "dá uma ajuda aí", representando a responsabilidade social como marketing na microeconomia...

E o que dizer da necessidade das cotas pra se imaginar uma universidade menos elitizada, aceitando o erro da educação pública mas dando um pouco mais de esperança aos excluídos, para diminuir a pressão social...

Vamos seguir remendando, enquanto o sistema for esse. E esses trilhões de dólares salvarão os investidores porque o povo acredita nesse sistema, aceitando o esquema do remendo. Apesar de inviável, os consumidores querem o crédito, querem a segurança financeira... por isso pagam coletivamente pela quebradeira dos apostadores.

Será que eu deveria escrever coisas que dessem mais esperança?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Seja bonzinho, paga-se bem.

A Bondade é um meme que dura através dos tempos. Muitas vezes ligada à palavra auto-sacrifício. Que nome melhor ao ato de reservar parte da sua renda para ajudar os famintos e desroupados. A bondade está em se doar. Quem discordará que quando um ser de poucas posses ajuda mesmo assim seus pares este é superior até mesmo ao Bill Gates que doa milhões mas que não se sacrifica tanto para isso.

Toda essa lógica de auto flagelação contribui para a vida em sociedade, ampliando a cooperação, alimentando a fé num mundo em equilíbrio, e alimentando a barriga concreta de tantos.

Assim esse sistema se reproduz, já que beneficia o conjunto, a população. Os adeptos desta rede de sacrifício sobrevivem mais gordos e mais férteis.

Porém, a base disso tudo me parece negar esses valores de bondade. Sob que condições estes doam?

1. As empresas colocam o departamento de "responsabilidade social" na mesma sala do "marketing": sacrifício ou investimento? Ah! Essas corporações...
2. Fulano doa sempre para ser bom para... conquistar o paraíso. A vida eterna compensará uns trocados. Sem contar o Inferno pra onde ninguém quer ir. Sacrifício ou investimento? Ah! Esses cristãos...

Esta relação doar = ganhar é nos melhores casos ligada à recompensa do paraíso; mas na maioria a recompensa vem aqui mesmo: todo Natal dôo aos esfomeados, não sou um cara bom? Fulano ajuda os coitados, este não merece ser nosso prefeito? O Beltrano deu umas esmolas àquela mulher, que bom coração, não seria ele um bom partido?

Fazer o bem sem olhar à quem... não saiba a sua mão direita quem sua mão esquerda ajudou...
Ou melhor: Salve a si mesmo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Liberta-te e evolua.

Todos somos iguais.
Todos somos iguais?

Durante milhões de anos a vida orgânica evoluiu na Terra através de um processo simples: quem passa seus genes adiante é o forte.

Qualquer indivíduo que não completou essa missão não deixou vestígios da sua existência, embora possa ter sido importante para a sobrevivência de outras espécies ou linhagem genética através da cooperação, mutualismo ou de simples alimento.

Tendo um ambiente real que sempre deu fortes restrições à essa existência, inclusive de forma dinâmica, já que uma população que parecia ser bem adaptada pode simplesmente desaparecer com um dos diversos cataclismas possíveis em todo este tempo.

Mas esse processo começa a se modificar com o advento da cultura, que parece ser exclusividade humana.

Como se dá a evolução cultural?
Digo-lhes: quem passa suas idéias adiante é o forte.

Mas, assim como os indivíduos sexuados já dependiam de outro para completar a reprodução, as nossas idéias precisam de interlocutores, e para alcançar estes é preciso o contato, e cá estamos na Blogosfera continuando a evolução.